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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Cidadão x Indivíduo

Viver em sociedade significa muito mais do que assistir aos acontecimentos, requer a verdadeira participação, intervenção, é um dever complexo de todo indivíduo que se denomina cidadão. Só aquele que se insere verdadeiramente na sociedade, principalmente na política, pode expressar seu direito de interferir nas mudanças e decisões, porém esses cidadãos estão cada vez mais escassos e os indivíduos estão tornando-se alienados e cada vez mais contra a própria atividade política.
O problema principal está na visão equivocada do homem em relação à política. Com base no pensamento de Aristóteles, o homem só é completo com a participação política, o homem é um “animal cívico”, portanto é dever do cidadão estar sempre a par dos acontecimentos, além do mais, o próprio Estado é constituído pelo homem, sua participação é essencial. Por isso, essa visão negativa a respeito da política é maléfica à própria sociedade, os indivíduos confundem política com politicagem, criando uma “barreira” entre o homem e o Estado, sem participação, aumento da alienação, e tudo isso torna-se um ciclo vicioso.
O fato do homem cultivar esse “ódio” pela política, aumenta cada vez mais a distância entre o cidadão e o Estado, essa alienação acaba formando indivíduos sem valores e ética, o que é confirmado a partir do pensamento de Hobbes. O filósofo afirmava que o Estado é o poder comum, capaz de manter a ordem, sem essa força externa, os indivíduos tendem ao confronto, guerra de todos contra todos. Esse pensamento é comprovado pela situação que o Espírito Santo vivenciou em fevereiro deste ano, sem a força policial para controlar os indivíduos, o Estado ficou um caos, civis roubando e matando, descontrolados. Essa situação mostra claramente que o distanciamento do Estado pelo cidadão, é como a quebra do contrato social, nessa distância não há valores, ética ou ordem.
Portanto, a participação ativa na política está diretamente ligada à ordem da vida em sociedade, o contrato social só é benéfico para o cidadão que realmente está inserido na sociedade, tanto pelas ações, quanto pelos valores, uma forma de sanar esse problema está na base do cidadão, ou seja, melhoria e aprofundamento dos estudos, principalmente filosóficos e sociológicos, para a formação de discernimento para fazer o certo pela ética, ao contrário, é apenas um indivíduo, “lobo do próprio homem”.


Giovana Tieme Paião Turuta – 3ª EM

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